sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Sobre a Menina da Chuva e a sensibilidade minimalista

Lendo essa coletânea de crônicas – A Menina da Chuva (Premius, 2013) - lembrei-me da célebre frase de Mies Van der Rohe, "Weniger ist mehr" (menos é mais), que encerra de modo muito conciso - como não poderia deixar de ser - a idéia central do minimalismo: produzir o efeito estético a partir da simplicidade, tarefa das mais complexas, paradoxalmente.

Pois o autor de Quixeramobim cumpre a tarefa a que se propõe, tão fiel a essa meta de simplicidade que chega a dedicar-lhe um dos textos. De modo despretensioso encadeia suas contas de lirismo, hora flertando com o conto, hora com o ensaio, hora com o texto memorialista.

E não se pense que o minimalismo do livro o priva das camadas de significado que caracterizam a Literatura com "L" maiúsculo. É possível vislumbrar aqui acolá piscadelas no texto (umas mais sutis, outras menos) que estabelecem o diálogo com Machado, Bandeira, Lewis Carroll, Moreira Campos, Rubem Braga, entre muitos. Os temas cotidianos não impedem que se vejam ali até elaborações metafísicas de certo cunho budista.


Enfim, A Menina da Chuva foi uma boa companhia para a tarde chuvosa de hoje em Quixadá.

Por Fabio Pacheco - Médico Quixadaense.

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