quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O leitor inquieto e o poeta esquecido

Não faz muito tempo, eu estava lendo o livro de reminiscências Fortaleza Descalça (UFC – 1980), do poeta e pintor Otacílio de Azevedo, quando me deparei com o nome de um poeta que não conhecia por entres os relatos memorialísticos dos lugares e pessoas da Fortaleza de outrora. Acabou que fiquei inquieto...

Explico: o poeta desconhecido (esquecido?) chama-se Vasco Benício, e o que me deixou inquieto no curto relato de Otacílo de Azevedo sobre o mesmo, foi o fato de ele ter falecido em Quixeramobim no ano de 1918, aos 29 de idade, e que se encontrava na cidade na época com o mesmo objetivo que outros poetas e escritores estiveram também. Assim como Manuel Bandeira, Quintinho Cunha e Oliveira Paiva, o literato Vasco Benício buscava na cidade tratamento para problemas de saúde - provavelmente uma tuberculose.

Despertada por essa relação do poeta com Quixeramobim, a minha curiosidade de leitor apaixonado pela história de sua terra natal, sentiu necessidade de buscar mais informações sobre Vasco Benício para enfim saciar-se, e graças à internet, precisamente no site Portal da História do Ceará descobri num verbete do Diccionario Bio-Blibliographico Cearense escrito por Barão Stuart, que ele residiu na cidade desde ''Novembro de 1906, onde auxiliado por distincíos companheiros, fundou em Quixeramobim um orgam literário e noticioso com o nome da terra (o segundo jornal, que alli appareceu), occupando elle o logar de director."

Sobre sua obra apurei ainda no mesmo verbete que: "Em 1907 publicou na cidade de Fortaleza o seu primeiro livro de versos denominado Harpêjos, ou o estro dos seus 17 annos com prefacio de D.a Francisca Clotilde. O livro, que tem 108 pp , sahiu da Typ. Minerva, de Assis Bezerra. Em Novembro de 1912 publicou seu 2.o livro sob o titulo No Outomno”.  Agora só me resta tentar encontrar (a esperança é sempre a ultima que morre!?) os dois livros de Vasco Benício em algum sebo virtual, torcendo, obviamente, caso obtenha sucesso na busca que o preço seja acessível para um pobre leitor inquieto.

Por Bruno Paulino.

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