quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O CARTEIRO É DESSAS PESSOAS QUE SABEM NOS FAZER FELIZ

Coisa rara é um bom toró nessa terra que parece metáfora pra o estio no meu peito. Lembro que choveu quando perdi um grande amor. Chove agora, chovia quando o mensageiro me entregava um envelope pardo com letras grandes, o meu nome. E...

“Há muito tempo não chovia. Da última vez ela já nem se lembrava mais, andava mesmo esquecida das coisas, esquecida da vida.” [‘A menina da chuva]

“Minha pequena Alice chega como a chuva, carregada com alegrias.” [‘Minha pequena Alice]

“Nada de boneca de pano falante ou espiga de milho inteligente.” [‘Por entre bonecas de pano e palhaços macabros’]

“O amor começa. Não importa como ou onde./ Pode começar no meio da rodoviária lotada enquanto se espera o ônibus. Pode começar num [...] Apenas começa” [‘O começo do amor’]

Recomeça agora o meu amor pela crônica, gênero que deixei guardado dentro de um livro de Bandeira. Com a chuva, com esta menina, como sempre: com poesia.

Bruno, o seu livro é lindo, por dentro como se pode perceber pelo gostinho que estes excertos nos deixam, lindo em não refletir a luz alta combinada com a chuva. E essa moça que me lembra a Marjane. Lindo como objeto de arte e como chispa a disparar os desejos mais ternurantes também em minha filha: “Mãe, esse não é só de adulto, né? Eu quero muito ler esse livro”. É, hoje você ganhou duas leitoras.




Por NINA RIZZI, Escritora, Poetisa e Tradutora.


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